quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Alimentando o humano do homem, ou um pequeno projeto da felicidade humana



        Calcula-se que nos últimos 40 anos houve mais invenções do que nos 50 mil precedentes. O que essas mudanças significam para a vida humana na Terra? 
Plantação no deserto peruano
  
 O brutal e acelerado desenvolvimento técnico - afinal, vivemos tempos de aceleração contemporânea - criou as condições para o conhecimento da totalidade do Planeta. Entretanto, esse conhecimento, concentrado nas mãos de poucos agentes (alguns Estados Nacionais e as Empresas Transnacionais) tem subjugado povos e lugares. Também tem direcionado as forças humanas como um todo, não em busca da felicidade de direito, mas à extração de uma mais valia que se pretende universal. Esta, sim, causa de muito sofrimento, miséria, guerras, para parcela significativa da humanidade.  Ela é um dos principais motores daquilo que, a partir dos anos 1990, convencionou-se a chamar de globalização.

A dominação da natureza, em busca de cada vez maior acumulação, talvez seja a grande marca da presença do homem no mundo atual – o domínio quase absoluto, por meio da técnica, dos continentes, dos mares, da atmosfera. Mas, também, o domínio das mentes, a produção e o controle dos desejos, o desprezo do humano no homem, como diria Jose Ortega y Gasset.

Hoje é possível voar com máquinas incríveis e enormes; plantar nos desertos; viajar por todos os continentes, oceanos e lugares – o ecúmeno confunde-se com o próprio Planeta, como diria Pierre George. Há enorme prolongamento da vida, e a invenção de máquinas que modificam sobremaneira as capacidades inatas do homem. Entretanto, parece não ter sido incluído nesse motor do desenvolvimento o projeto da felicidade humana.


Nunca existiram condições tão propícias à garantia do conforto e da sobrevivência das pessoas, mas a humanidade nunca se viu tão desigual. As técnicas, a serviço de uma Política distorcida, não servem ao homem como humanidade – aquele que vem ao mundo como portador de um projeto de felicidade. Elas, as técnicas, guiadas por uma política egoísta, acabam por servir apenas a alguns poucos privilegiados, aqueles do topo da pirâmide social.

O mundo é outro, a política também deve ser renovada. Hoje, cada vez mais, a conexão entre os diferentes, a circulação da informação, a difusão da ideia de bem estar, são fatores que trazem consciência do lugar que cada qual ocupa no mundo. Aqui reside a grande força revolucionária, capaz de promover transformação social, de trazer os tão desejados ares de mudança, pois todos querem ocupar não um lugar, apenas, mas o melhor lugar – aquele que lhe é de direito.


Cabe a nós discutir o mundo que queremos,  aquele do futuro que chega,  e qual projeto de civilização devemos construir. E, assim, acelerar o curso de uma nova história – agora com mais justiça, liberdade e felicidade para todos os habitantes da Terra!


      

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